Tuesday, November 30, 2004

Daqui, não saio

Melhor timing não podia haver!
Mesmo sem nos pormos os olhos em cima (ou o que for), percebemos o que com ambos se passa.
E é irónico - no mínimo, irónico -, quando acabo mais um trabalho sobre isto (!), quando tudo o que acontece nas vidas distantes de cada um tem influência sobre a outra.
Percebes?!

Friday, November 26, 2004

Jorge Cruz (Feliz 5-feira)

Depois de o Miguel me dar força...

...aproximo-me.
Está ele, em círculo, a falar com o guitarrista e o baixista, entre outros cuja proveniência desconheço. Tocam-no de que alguém quer falar com ele. E vira-se.
«Boa noite!» e inicio-me num "passou-bem".
«Boa noite!», apertou-me a mão e retribuiu com um Sr. Sorriso.
«Tenho uma questão a fazer-te! Posso?!»
«Claro que sim!»
«Lembraste de uma entrevista que, há poucas semanas, deste à Antena3?!
«Ah! Sim, sim!»
«A certa altura, perguntaram-te quais os CD's que recomendavas para escutar antes e após de se ouvir o teu. Percebi qual o último: Bob Dylan. Mas, não percebi qual o primeiro e era importante, pois sei que adoro a cantora que disseste. Isto, porque já a tenho ouvido mais vezes na radio, mas não percebo bem depois o que eles dizem... merda(!), de modo a anotar num papel!», expliquei.
Sempre com o Sr. Sorriso, «Sim, lembro! Verdade! O último foi o de Bob Dylan (...)» e falou mais sobre. Porém, os nervos impediram-me de compreender o resto. «E o primeiro foi de (pois... eu sei como se pronuncia, mas escrever é boca; quando descobrir digo) (...)» e falou mais, tendo percebido. Contudo, não registo aqui.
«Obrigada.»
«Mas estiveste a ouvir?!»
«Sim, estive, na primeira fila!»
«Como te chamas?!»
«Ana.»
«Ana...?!»
«Margarida!»
«Olá! Eu sou o Jorge.» e avançou numa intenção de contacto de faces!
Lindo.
«E gostaste?!»
«Adorei; adorei-te, em palco! Obrigada pelo momento. Mesmo.»
«Então, aparece mais vezes.»
«Ok! A gente vê-se! Mais uma vez, obrigada pelo momento. Fica bem.»
Avancei, novamente, com um "passou-bem".
O Sr. Sorriso, felizmente, não o largava!
«Obrigado. Xau.», na sua larga disponibilidade e humildade.

Na mão, levava a Agenda FNAC e, num dos bolsos traseiros, uma caneta, por insistência do Miguel. Não fiz questão de lhe dar uso.
Encheu-me os momentos.

Não foi coincidência.
Obrigada a Quem me fez descobrir que, no próprio dia, ele actuaria.
Depois, a vontade determina o acto.
(E colocar os pés nas aulas?!)

Thursday, November 25, 2004

Laranja/Azul (recomendo)


José Pedro Gomes, Pedro Laginha e Carlos Paca são o trio de actores que compõem o elenco da peça em estreia na Sala Polivalente do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa. O texto fala de racismo, estatuto social, solidão e doenças mentais, com um pouco de humor negro à mistura.
Esta adaptação da peça homónima do jovem dramaturgo britânico Joe Penhall conta a história de um doente de origem africana que aguarda alta num hospital psiquiátrico. Lá encontra dois médicos (um estagiário e outro já antigo na instituição) que se travam de razões e argumentos para decidirem se ele deve ou não sair. O doente sofre provavelmente de esquizofrenia, diz-se filho de um ditador africano e queixa-se de ver laranjas azuis.
...
No Hospital Júlio de Matos, a partir de 16 de Novembro

Boleia's-me

Agradecia, em dias como este, atravessar a ponte à pendura,
calar a irrecriável luminosidade em tons vagos de aguarela.

É o segundo dia.

Monday, November 22, 2004

Mais que isso

Na Sua omnipotência, fui peão de xadrez.
E, agora, a largas sinapses de então, sinto a sua falta.
Por vezes, estou com ele.
No outro dia, encontrei-o a uma qualquer esquina. Mostrou-se surpreso. No entanto, foi-lhe agradável. Percebi. Devemos ter conversado horas... A despedida não foi chorosa.
E, agora?!
O mundo não reside a sul! Mas, cá, neste norte, talvez volte a surgir e saiba que, na mesma esquina, o espero.
Delicia-se.
Sou um livro de bolso, afinal.
E, tudo se prevera: um Outono de vento, um Inverno de frio, uma Primavera de recordações e um Verão de monotonia.
No ano seguinte, talvez, ainda, não toquem os sinos alegres!
«Isso é o que vamos ver.»
Não tardará muito, por qualquer Dever de seu nome Andreia ou Pedro.
Só espero é que não se acabe a palestrar e a responder a inconveniências.

Friday, November 19, 2004

"Voltar a zero num planeta distante"



in Contentores

Tuesday, November 16, 2004

So.mente

«Para onde fomos quando não dissemos adeus?»

Friday, November 12, 2004

Escrito no bolso ***

Affectio tenendi

Hoje, apanhei-te no caminho e, de frente a ti, fiquei.
Lá longe, do fundo, ainda a conseguia ouvir a imperar. Mas, de que falava?! Não me esforcei para perceber.
Sabias tão bem. E lá me fiquei a visualizar, no lugar do (re)play, como que em cinema em mim mental, as fotografias tão bem gravadas.
Inspirar seria pelo nariz; expirar, pela boca. Inspirar seria pelo nariz; expirar, pela... - imagem de ti. Seria! Deixei de conseguir discernir acerca da abertura ou fecho da boca. Não sei se por lá ar fugia...
Que frio!
Os pés resolveram pulsar.
Quase de regresso e, de longe, a intensificar-se o volume da voz, percorreu-me um espasmo - um como outros que se sentem como queda.
Quase dormi, percebi, e mais que o tempo dito, igualmente, percebi passar.
Não se esgotaram recursos oníricos ou criativos; somente me permiti acesso à memória que não quero esquecer. «Não perde!», confortou-me. E estive bem. Verde foi o sentimento; gélida, a sensação... mas, no colchonete azul, estive bem.
Outras fotografias, porém, caberiam numa caixa cujo estado vago abarcaria de bom tom a já densa flora, bem como todas as recordações que tenho de uma casa grande, de um quarto pequeno em que convivíamos, de muita gente e ainda mais gatos.
Noutro local, mais a sul, lembro uma consola de bolso, a tua talvez... ao menos, nas tuas mãos. Já existiram tempos mais jovens, recordo.
No entanto, o que em anos foi raro, foi de intenso em duas mãos de dias.
«Não perde!» - e, aqui, assim, hoje, depois de ontem, faz sentido.
E, numa intenção imperfeita: caberiam! Não é que muito mais não lá coubesse... Todavia, não quero, ainda, encaixotar areia, fotografias, relva, livro, CD, folhas, selo de tabaco, memórias, frases, pensamentos, percursos, a secção dos vegetais, barcos de papel, o teu número de contacto, a tua/minha caixa, filmes, festas e festas, os “S´s” em estradas, a tua visita surpresa, as horas, o bronze,... Já não se comportam... caberiam.
Agora, lado a lado, permanecem uma prenda dada e uma por ser, que há meses me obrigaste a esquecer. É tua, de qualquer forma.(Outra também é tua.)
E, chá?! Vai?!

(a minha primeira) Experiência de Relaxação

***11 de Novembro de 2004

Wednesday, November 10, 2004

Antes e depois

Apetecer-me-ia,
como a outra, ficar a preguiçar nos lençóis.
Há dias em que não dá mesmo… e lá cedo ao café diluído em leite.
Mmaaaaaaaassssssssssssss… não dá! No carro, houve-se uma música
daquelas e o convite,
em representação mental, apresenta-se-nos como uma cama.
À noite e depois de umas largas horas
pedagogicamente subaproveitadas, nem há tempo para pensar
e gosto tanto!
O que vale é o alívio de litros de água quente chuvada em cima do corpo,
a música - outra vez,
música
e aquela que ainda não consegui comprar (!)…-, o vapor húmido
e quente
inalado, a massagem
apressada da toalha, a cama,…
Humm
Zzzz…
Zzz…
Zz

Monday, November 08, 2004

Escrito no bolso **

Uma hora gorda vegetariana

Após deitarmos à terra uma semente, apenas faz sentido deitar nova semente e outras, consecutivamente. Poderemos – quem sabe?! – morrer pelos frutos não dados ou corrompidos da primeira árvore, da seguinte, da seguinte, da seguinte,... Nunca se sabe.
E, assim, fiz. E, ao quarto dia, já nos abordavam por marido e mulher.
Não, não casei. Podia! Podia para descansar deste jogo de seduz e larga, seduz e larga, seduzem-te e largam-te, seduz e larga, seduz... Terá fim, um fim que encha, que não transborde e que não deixe nódoa?! Sim, é como líquido. É difícil dizer-lhe “Não.”. Escorrega e, pela omissão, desce... lá fundo, tocando aquele que diz: «Bunp-bunp! Bunp-bunp! Bunp-bunp!».
Não há culpa; outro tentou acreditar-me que sim, que se deveu a um estado menos compensado ou início de descompensação. Tão não há, quanto, agora, tento não dar-me por culpada. Não tanto seduzo, mas sim o outro me seduz e, nesse período, cativa-me a atenção. Só. E, só por tempo efémero, faz bem à pele.
E, assim, fiz.
Não me recordo do que trazias vestido ou das cores que te marcavam. Porém, fica-me, para esta noite, a calma, o tom sussurante, a pele de pó de arroz, o sorriso, a preocupação com o que pensas, em tempos, ter-me ferido, a tua vergonha, o meu tratamento na terceira pessoa do singular e o teu, como meu, nervoso.
Enfim! Fica isto, para hoje. E, até quando?! Levar-me-ás ao que acenaste, tornando-me ciumenta, invejosa?!
Será esta mais uma semente?!
Pelo outro, bate triste, desiludido, num Bunp-bunp arrastado (d)e desejo, daqui a tempos, perdido. Este sim, já vejo ter sido apenas semente. Faltou tempo ou ultrapassou-se o mesmo! Não importa. Com o tempo, de mãos dadas, saberei se aprendi algo. Por enquanto, ainda lembro o que fui e penso o que espero ser, pelo que, aqui, o tempo não existe. Tarda.
Dia-sim, dia-não temo-nos visto. Cansarei?! Por que motivo este medo de ser volátil, uma vez mais volátil?!
Receio magoar-te. Não quero fazê-lo. Por enquanto, sinto-o e é bom. És bom. Acalmas. Serias meu enfermeiro, amante, padre?! Ver-me-ias não como doente, a outra, pecadora, mas com paixão?! Também, só. E conceder-me-ias exclusividade?! Agrada-te, ainda, como falo e rio?!
E fomos pela calçada molhada, absorvendo, sobre a minha cabeça, o tecido sintético a chuva grossa e que despoletou, na mulher que nos teve por casados, outra precipitação, não nos olhando os dedos. E lá ela nos insistia, alheia às gargalhadas.
Aprecio estas inconveniências. Casaram-nos e não soube!
Para quebrar o ciclo, talvez seja esta a ironia da feiticeira.
Nisto, sou mestre: nunca se sabe.

**2 de Novembro de 2004

Friday, November 05, 2004

Do

Miradouro da Boca do Vento

Wednesday, November 03, 2004

Um sorriso e mais