Saturday, October 30, 2004

Todo O Tempo Do Mundo

Podes vir a qualquer hora Cá estarei para te ouvir O que tenho para fazer Posso fazer a seguir Podes vir quando quiseres Já fui onde tinha de ir Resolvi os compromissos agora só te quero ouvir Podes-me interromper e contar a tua história Do dia que aconteceu A tua pequena glória O teu pequeno troféu Todo o tempo do mundo para ti tenho todo o tempo do mundo Todo o tempo do mundo Houve um tempo em que julguei Que o valor do que fazia Era tal que se eu parasse o mundo à volta ruía E tu vinhas e falavas falavas e eu não ouvia E depois já nem falavas E eu já mal te conhecia Agora em tudo o que faço O tempo é tão relativo Podes vir por um abraço Podes vir sem ter motivo Tens em mim o teu espaço Todo o tempo do mundo para ti tenho todo o tempo do mundo Todo o tempo do mundo
*
by Carlos Tê/Rui Veloso

Friday, October 29, 2004

Prozac Nation


Thursday, October 28, 2004

Hipocrisia

Hoje, aconteceu hipocrisia. E muito apelam ao não estigmatismo… HIPÓCRITAS.
Pois bem: hoje, em contexto de sessão lectiva inovadora, foram convidadas três pessoas para apresentarem à turma o trabalho da Associação não-sei-quantos Bipolares (entenda-se trabalho por realidade, o que convier!!). Intervi e, no final, voltei a intervir, gerando um ai-meu-Deus na Professora. A intenção não era criar polémica e, por favor, bipolares, sintam-se ofendidos, então. A Professora ficou preocupadíssima com o estado de hiper excitação que eu pudesse estar a causar nos convidados… Sim: dois eram bipolares e o outro, familiar de um deles. Poupem-me. Agora, as conversas evitam-se?! Não são pessoas como as outras?! Só ESTIGMA, vejo. E, ainda por cima, sujeitaram-se! Não será normal um maior envolvimento na conversa, quando esta interessa?! Todavia, o ramalhete por aqui não ficou concluído: «Mas, oh, Cerdeira, tu passaste?!»! Um deles disse-me: «Estados mais próximos da hipomania são atingidos pelo consumo de cocaína e pelo estar-se apaixonado!», referindo o mesmo que talvez pudesse não acreditar!!

A Professora aconselhou-me a ler "A Manta".

Monday, October 25, 2004

Subserviência e galanteio...

...nos postos de abastecimento portugueses:
«AGRADECEMOS QUE DEIXE AS INSTALAÇÕES SANITÁRIAS COMO GOSTARIA DE AS TER ENCONTRADO.»
«EVITE DEIXAR DENTRO DO SEU VEÍCULO OBJECTOS ATRAENTES.»
Assume especial gozo (BAH*), aquando da espera de só(!) mais um pagamento.
Ficam sempre "coisas" que marcam um sorriso ( (;)) ).

Saturday, October 23, 2004

(BF) Mto posi

...

Tuesday, October 19, 2004

Acontece!

Numa aula que se perspectivava apenas aula, o capítulo abaixo reproduzido veio até mim.
Não o procurei, ainda.

XXI

«E foi então que apareceu a raposa:
- Boa dia, disse a raposa.
- Bom dia, respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui, disse a voz, debaixo da macieira...
- Quem és tu? perguntou o principezinho. Tu és bem bonita...
- Sou uma raposa, disse a raposa.
- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. não me cativaram ainda.
- Ah! desculpa, disse o principezinho.
Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
- Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?
- Procuro os homens, disse o principezinho. Que quer dizer "cativar"?
- Os homens, disse a raposa, têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que fazem. Tu procuras galinhas?
- Não, disse o principezinho. Eu procuro amigos. Que quer dizer "cativar"?
- É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa "criar laços..."
- Criar laços?
- Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo...
- Começo a compreender, disse o principezinho. Existe uma flor... eu creio que ela me cativou...
- É possível, disse a raposa. Vê-se tanta coisa na Terra...
- Oh! não foi na Terra, disse o principezinho.
A raposa pareceu intrigada:
- Num outro planeta?
- Sim.
- Há caçadores nesse planeta?
- Não.
- Que bom! E galinhas?
- Também não.
- Nada é perfeito, suspirou a raposa.
Mas a raposa voltou à sua idéia.
- Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se tu me cativas, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra.
O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...
A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe:
- Por favor... cativa-me! disse ela.
- Bem quisera, disse o principezinho, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer.
- A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm mais tempo de conhecer alguma coisa. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
- Que é preciso fazer? perguntou o principezinho.
- É preciso ser paciente, respondeu a raposa. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, cada dia, te sentarás mais perto...
No dia seguinte o principezinho voltou.
- Teria sido melhor voltares à mesma hora, disse a raposa. Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade! Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos.
- Que é um rito? perguntou o principezinho.
- É uma coisa muito esquecida também, disse a raposa. É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias!
Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:
- Ah! Eu vou chorar.
- A culpa é tua, disse o principezinho, eu não queria te fazer mal; mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Quis, disse a raposa.
- Mas tu vais chorar! disse o principezinho.
- Vou, disse a raposa.
- Então, não sais lucrando nada!
- Eu lucro, disse a raposa, por causa da cor do trigo.
Depois ela acrescentou:
- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua é a única no mundo. Tu voltarás para me dizer adeus, e eu te farei presente de um segredo.
Foi o principezinho rever as rosas:
- Vós não sois absolutamente iguais à minha rosa, vós não sois nada ainda. Ninguém ainda vos cativou, nem cativastes a ninguém. Sois como era a minha raposa. Era uma raposa igual a cem mil outras. Mas eu fiz dela um amigo. Ela á agora única no mundo.
E as rosas estavam desapontadas.
- Sois belas, mas vazias, disse ele ainda. Não se pode morrer por vós. Minha rosa, sem dúvida um transeunte qualquer pensaria que se parece convosco. Ela sozinha é, porém, mais importante que vós todas, pois foi a ela que eu reguei. Foi a ela que pus sob a redoma. Foi a ela que abriguei com o pára-vento. Foi dela que eu matei as larvas (exceto duas ou três por causa das borboletas). Foi a ela que eu escutei queixar-se ou gabar-se, ou mesmo calar-se algumas vezes. É a minha rosa.
E voltou, então, à raposa:
- Adeus, disse ele...
- Adeus, disse a raposa. Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos.
- O essencial é invisível para os olhos, repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante.
- Foi o tempo que eu perdi com a minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.
- Os homens esqueceram essa verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... repetiu o principezinho, a fim de se lembrar.»

Monday, October 18, 2004

Pensamentos entre ganhos de coragem...

Por ser dia de água, os chapéus-de-chuva imperaram.
E por que motivo não os adequam às dimensões das próprias pessoas?! Por que estas não os racionam?!
Um chapéu-de-chuva por cabeça é muita fruta...
Nestes dias, apenas somos cogumelos em fuga. A chuva apressa-nos para não sei onde...
Mas, já vais?! «Sim, está a chover.» (!!!!)
O que importa é que não se fique retido na margem norte da ponte... haviam anunciado um possível fecho.
E pensa-se com os sopros: o vento denuncia-lhe a magreza.
Sendo apologista da sábia recomendação (com diminuta aplicabilidade!) corpo são em mente sã, lá se aventura iniciaticamente...
Nas banheiras de hidromassagem, convém não ser generosa em matéria de gel de banho!! Logicamente, claro, obviamente, etc. - passo os pleonasmos para mais tarde não esquecer; é que já não é novidade semelhante cena acontecer...
Detergente para lavar à mão a loiça e máquina de lavar loiça é uma combinação que dá parecido resultado: espumoso espumoso!!
E lá se perderam as bolhinhas.
(Mas que belas gargalhadas se perdem por retenção social; o meu chapéu virou-se e quis gargalhar. Adoro-te, Inverno.)

...para trabalhar.

à mão - à nossa mão, está claro!
A vida está para o negócio (w).
Apenas o Verão é tempo de M.

OU: Mecanismos de Auto-regulação

Por uma noite quente

...

Sunday, October 17, 2004

1cp/dia

«(...) por isso
quero ver um sorriso
na próxima vez que te encontrar
é que tens um sorriso espectacular»

Friday, October 15, 2004

Ensinamentos ao (?!)acaso

«(...)
E talvez continue a sobreviver a «ginkgo biloba», que julgo ser a árvore mais antiga no tempo geológico do planeta Terra...

As baratas e a árvore de que fala são sempre exemplo do carácter aleatório das extinções em massa. Nada impede que o próprio homem sobreviva ao homem.
(...)»

Jorge Reis-Sá, em entrevista ao Diário de Notícias

30 de Fevereiro

«Começou tudo com esse sorriso enorme que não deixa indiferente nenhum ser vivo, que apaixona qualquer um que lá por dentro tenha uma alma.»
...
Basta. Sem excentricidades. Parecer normal. Ser-se aparentar normal. Sabe melhor uma caixa. Uma densa. Sem fechadura... que ela não saia. PARA. Pára. Basta.

Ontem e mui mais

Na filosofia da Mudança,
p_a_s_s_e_i
pelo lado positivo das árvores!
À
d__i__s__t__â__n__c__i__a
de um almoço...
sobre o igual azul.

Thursday, October 14, 2004

Cardiologia

Nunca é desmedido ou em vão dizer o quanto uma pessoa nos faz falta, o quanto esse ou outro alguém nos inspira confiança, o quanto aquele, este ou outro indivíduo é só paz,..
Embora o cor-de-rosa também pese, torno-me mais leve.
Consitui a medida certa dizer o quanto, longe, todos esses e talvez um outro me estimulam um sorriso.
É em vão pensar o quanto verde era rubro.
É sempre coerente recordar tê-lo dito, concretizar uma sístole... preparar nova diástole.
Não dancei para te ver aqui!

Wednesday, October 13, 2004

Faz, hoje, um mês

E tenho a data por (re)afirmação artística.
(Alguma coisa me dizia que ele não estava bem.)

Tuesday, October 12, 2004

Não me atravessei no teu caminho.

Monday, October 11, 2004

Utopia




Saturday, October 09, 2004

Escrito no bolso *

(Os dias são estados de espírito que, em certos dias, ficam escritos nos bolsos.)

Concederam-me dez minutos dedicados a rever o passado e, entre umas doces colheradas brancas, lá me enganava, impressão digital sobre impressão digital.
Visto um cor-de-rosa tão castanho...
E sorriem, e pedem: «Menina! Menina! Bom dia! Não leve a mal: posso falar consigo?!». Nem com os olhos falo; acena-se a mão e digo (que) Não!
Soube de um; soube de outro... perdi-me de mim. Há sentimentos bem mais corrosivos que o próprio mel.
No final, pensei que mais valia ter pedido palhinha. Seria-se líquido e de digestão bem mais fácil.
Agora, absorvo tudo, tudo, e percebo a preocupação. Porém, acreditem: realmente, estou interessada... agora, fora de horas, à consciência de uma subestimação qualquer.
Passa a doença fisicamente limitativa por mim e eu, sem nada disso, inerte de pernas no peito.
Uma criança revolta-se no banco, em assentos de ferro preto, e Agita-me, Agita-me!! Sente-se o vibrar das suas mãos, dos seus encontrões e dos seus pulos na quase centena de traves pretas de ferro que me sustenta. Passeia-se à minha frente, exibe-se ao meu lado... E, ao que aparento, permaneço egoísta numa escrita entre passos consumistas às rédeas de uma política do capital.
Passei pelo homem que passou por mim. Agora, à entrada (saída?!!), lia.
Lia-se EMPURRE e, lá num consumo de xis ATP's, ergui o braço. Estou cá fora.
Pensam que os abordarei para o preenchimento de um qualquer inquérito.
(Todavia, de facto, à luz de dois dias a mais, concluo que é para isso que cá estou.)

* 4 de Outubro de 2004

Thursday, October 07, 2004

Oh, homem Pedra, é para ti...

Vale mais a verdade agora do que uma mentira depois, uma vez que, uma mentira depois tornará mentira todo o passado.

Wednesday, October 06, 2004

BADOCA PARK

(pessoalmente)
De um Enfermeiro fiz doente, fiz memória e, ao final da viagem, quis recordar quem me fizera memória e não consegui. Porém, tinha a sua pele e muito mais.
(pré-profissionalmente)
O que começa bem tem de findar do mesmo modo!
(aflorou-se)
Sou útil. Dez pontos, acho que não aleatórios, da minha perna esquerda serviram de banquete a um qualquer parasita, deixando este, igualmente, dez chorudas gorjetas vermelhas no local onde penetrou o seu ânus. Não o encontrei. No entanto, sei que é feliz. (Qualquer semelhança com a realidade é pura não-coincidência.)

Monday, October 04, 2004

Ainda ando por aqui...

...e a aprender...